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Veja 7 dicas para alavancar sua marca na internet sem abalar a saúde mental

Por Milena Brentan, Psicóloga, Executiva de RH, fundadora da MB People para desenvolvimento de liderança

No contexto de longevidade e dinamismo em que é normal termos em média três carreiras ao longo da nossa vida, nossa marca pessoal tende a ser a única constante em nossa trajetória profissional. No entanto, ao fazer minha transição de executiva de RH para consultora de desenvolvimento de liderança, me deparei com uma realidade que não havia antecipado: a presença no ambiente online.

Logo aprendi que estar no online está longe de ser apenas networking. Gerenciar nossa marca pessoal nas mídias oferece possibilidades sem precedentes, pode atrair oportunidades alinhadas com nossos valores e aspirações. Ao mesmo tempo, percebi a importância de nos prepararmos também para os desafios que ela traz, especialmente no que diz respeito à nossa saúde mental.

Quer queiramos ou não, vivemos na era em que a presença online ocupa um espaço importante na consolidação de nossa reputação pessoal. Profissionais que souberem utilizar suas redes para contar suas histórias, compartilhar suas conquistas e até mesmo seus fracassos de maneira genuína, podem construir uma reputação sólida e confiável. Tanto, que já está sendo utilizada por executivos e profissionais liberais até de profissões “mais tradicionais” como médicos e advogados. Quem não se rendeu ao perfil aberto das mídias sociais ainda, sabe que – a depender de seu trabalho – é questão de tempo. Bem-vindos à era do marketing digital.

Quais são os conflitos?

Eu particularmente tenho um conflito interno grande sobre falar de mim e prefiro falar de como posso ajudar, mas não tem como falar de um sem o outro. Então, a autenticidade tem sido muito importante. Não é apenas sobre “me vender”, é sobre saberem como posso auxiliar as pessoas por meio do meu trabalho. E como se não bastasse a grande dedicação de planejamento de conteúdo em paralelo ao trabalho que exercemos, esta constante necessidade de marcar presença nas mídias sociais pode ser exaustiva. A comparação incessante com os sucessos alheios, frequentemente destacados nas mídias sociais, pode distorcer a percepção de realidade. E o que falar dos “haters“? Estes exigem de nós um grande poder de autoconhecimento para entendermos de fato o que “é nosso” e o que é “do outro”. São muitos os desafios, não é mesmo?

As 7 dicas para lidar com o digital

Para lidar com todos os conflitos do digital de forma saudável, considere estas quatro dicas:

  • Estabeleça limites claros entre sua vida profissional e pessoal online: Estabelecer um número de mensagens exclusivo para o trabalho e um ambiente diferente para trabalhar pode ajudar a manter uma divisão dentro do possível;
  • Seja fiel a si, não a uma imagem projetada: Manter uma imagem criada não se sustenta com o tempo. Foque nos seus pontos fortes, aquilo que de fato faça você e seu trabalho autêntico;
  • Lembre-se de que é normal não estar sempre “no seu melhor“: Não está bem hoje? Lembre-se que é uma jornada, e não uma corrida. Amanhã é um novo dia;
  • Priorize o bem-estar mental: Desconectar-se também é parte da gestão da marca pessoal. Estamos muito integrados, mas como saber usar esta ferramenta para ajudar, e não a minar sua saúde?
  • Encontre atividades que fazem bem para você: Exercite-se, movimente-se, invista tempo com amigos, em aprender algo novo, algo que não seja considerado trabalho. Sua vida acontece no offline também;
  • Troque com pessoas que confia: Ter alguém de confiança para trocar sobre seus desafios pode ajudar, e muito. Pode ser amigos, mentores ou até mesmo especialistas como terapeutas e consultores de desenvolvimento humano;
  • Planeje tempo também no OFFLINE: O Online pode impulsionar, mas há um valor inegável em viver offline, onde muita coisa acontece e que pode energizar muito, além de trazer ideias e contatos para o seu trabalho.

Para aqueles que se sentem desconfortáveis com a ideia de estarem constantemente “à mostra” nas mídias, é importante reconhecer que a gestão da marca pessoal não exige necessariamente uma presença online ostensiva. Há valor inestimável em cultivar relações e redes de contatos de maneira mais discreta e seletiva. A excelência e o impacto do seu trabalho sempre serão amplificados por meio de recomendações boca a boca e conexões profissionais profundas.

A era digital demanda não só presença, mas também a sabedoria para não comprometer a nossa saúde mental. Assim, o grande desafio é manter-se fiel a si em um mundo que constantemente reforça imagens projetadas. O meu convite é que sua marca pessoal reflita quem você é, assim como o legado que quer deixar. E lembre-se: a autenticidade também significa respeitar seu próprio estilo de interação, encontrando o equilíbrio que melhor funciona para você. Esta pode ser a diferença para garantir a manutenção da sua saúde mental em um mundo tão exposto.

Fonte: exame